A maioria dos consumidores brasileiros ainda não sabe o que é recall. Uma pesquisa divulgada na sexta-feira pela Fundação Procon de São Paulo mostra que 83% dos internautas que responderam a um questionário sobre o assunto desconhecem os processos de convocação para conserto de produtos. Ou seja, apenas 17% entendem como funciona um recall.
O órgão também divulgou um relatório que revela a baixa adesão de consumidores às convocações, especialmente donos de veículos, que responderam por 77% dos processos de recall feitos desde 2002. A ideia do Procon é utilizar as informações da pesquisa para sustentar campanhas educativas.
- A maioria não sabe. Alguns sabem em parte, e outros acham que recall é só para veículos. Mas a maioria desconhece a legislação que prevê o chamamento para qualquer tipo de produto ou serviço - afirma Cristina Martinussi, técnica do Procon responsável pelo estudo.
Sobre o grau de informação, o levantamento aponta que 72% dos pesquisados consideram deficiente a divulgação dos comunicados de recall no país. Os textos que constam nos chamamentos, na avaliação de 61%, carecem de clareza.
Para Cristina, os resultados da pesquisa mostram problemas tanto de quem vende como de quem compra: consumidores não procuram se informar sobre o assunto e empresas não prestam esclarecimentos adequados para seus clientes.
- A falta de clareza das informações está em desacordo com o que estabelece a Portaria 789 do Ministério da Justiça, que regula a comunicação de recall.
O Procon-SP colocou em seu site (www.procon.sp.gov.br/recall.asp) um banco de dados com o total de convocações feitas no país de janeiro de 2002 até abril deste ano. A maior preocupação do órgão é quanto à baixa adesão dos donos de veículos aos chamamentos. O baixo índice de participação já levou o governo paulista a editar uma portaria que determina que carros que não comparecerem a recall terão a informação registrada em seus documentos.
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