sábado, 17 de setembro de 2011

Skate e Rock sob o viaduto


A Fundação Municipal de Esportes (FME) através do seu departamento de Esportes Radicais, realiza amanhã (17) na Quadra de Basquete de Rua e Atividades Urbanas Hugo Saldanha, sob o viaduto da ponte Rosinha Garotinho, a segunda edição do evento Skate Rock É a Ponte.
Dessa vez, o evento foi organizado por skatistas que vão realizar na quadra de esportes manobras de skate no estilo Freestyle, chamado pelos atletas de 1º Owner Street. Segundo o diretor de Esportes Radicais da FME, Romeu Lins, os atletas o procuraram para pedir o espaço que tem servido para dezenas de atividades durante toda a semana. “Em alguns horários que ainda estão vagos os skatistas estão utilizando a quadra, é um local central e que está aberto à população, temos aqui o Kung Fu, Capoeira, grupos de dança e o Basquete que acontece aqui durante toda a semana”, destacou Lins.
O evento que será realizado em parceria com a iniciativa privada é um Campeonato de Street Style com as modalidades Best Line e Game of Skate. O início se dará às 9h da manhã, com o término das atividades previsto para às 17h. As inscrições devem ser feitas no local do evento e além do dinheiro das inscrições os interessados deve levar um quilo de alimento não perecível.
O presidente da Fundação Municipal de Esportes, Magno Prisco, comemora a utilização da quadra e mais uma parceria com a iniciativa privada. “Nós mantemos aulas de basquete de rua diariamente na quadra, mas são vários desportistas que nos procuram para treinos e espaço para seus eventos esportivos, e até culturais. É a iniciativa privada acreditando novamente no esporte radical e nas parcerias com a Prefeitura de Campos, ficamos satisfeitos com todo o resultado”, declarou Prisco.
Rock - No inicio da noite, logo após o término do evento, a banda de rock Evolução da Espécie vai se apresentar na quadra de esportes fechando o evento que na primeira edição levou para a quadra duas bandas a Horal 269 e a banda de skate rock Eixo Nacional.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ricardo Gomes receberá essa carta hoje no hospital

Por Claudio Fernandez

Caríssimo Ricardo Gomes, anote em sua agenda: em 4 de dezembro, nove dias antes do seu 47º e mais festejado aniversário, você será campeão brasileiro. Logo após a épica partida contra o Flamengo, ainda enxugando as lágrimas nas mangas de sua camisa preta, você receberá o mais longo, envolvente e inesquecível dos tantos abraços que Carol e Diego já te deram na vida. Um a um, os jogadores repetirão a coreografia e você se enxergará refletido nos olhos vermelhos de cada um deles. E, então, em um gesto talvez sem precedentes na história do futebol, Juninho te chamará ao centro do campo (“s’il vous plâit, monsieur”) e você será o primeiro treinador a erguer uma taça no lugar do capitão do time.

A partir de agora, Ricardo, o futuro está escrito. Durante 19 rodadas, três mágicos meses, uma força descomunal tomará conta de seus jogadores. Absolutamente possuídos, todos serão mais do que são. Cada um será mais do que um. E o velho lugar comum terá de ser repensado. Futebol passará a ser 11 contra 22. Nunca um time correrá tanto, se entregará tanto e vencerá tanto por seu treinador.

Incrédulos, todos se perguntarão como, de que forma, por quê? Não haverá respostas, apenas fatos. Jogo após jogo, a história ocorrerá da mesma maneira. Será mais ou menos assim. Fernando Prass enlouquecerá os atacantes como Jaguaré, saltará como Barbosa, sairá do gol como Andrada, abrirá os braços como Acácio e se colocará como Carlos Germano. Fagner será impetuoso como Paulinho de Almeida, vigoroso como Orlando Lelé, certeiro nos cruzamentos como Paulo Roberto. Dedé, além de Dedé, incorporará Augusto, Bellini, Brito, Mauro Galvão. Renato Silva será o zagueiro-zagueiro, sempre presente nas maiores conquistas do clube, como Miguel, Moisés, Abel e Odvan. Julinho ganhará farda, quepe e nova patente e passará a atender pelo nome de Coronel. Jumar fará no meio e na lateral o que Mazinho fazia na lateral e no meio.

Rômulo ora desarmará e sairá jogando com a classe de Eli, ora será um operário-padrão, daqueles que merecem foto todo mês na parede da firma, como Alcir Portela. Eduardo Costa, acreditem nos poderes da alquimia, desfilará pelo meio-campo tal qual o Príncipe Danilo e dará carrinhos como Luisinho. Bernardo beberá da fonte de Fausto, Friaça, Lelé, Isaías, Geovani, Tita e Pedrinho. A Diego Souza bastará vestir a 10, camisa que, se espremida, dá hectolitros de gols.

Éder Luis será um pouco Maneca, um pouco Ipojucan, cem gramas de Chico, uma pitada de Almir, uma xícara de Jorginho Carvoeiro, uma dose de Mauricinho, um punhado de Bebeto, um frasco de Edmundo e duas rodelas de Euller. Nem precisará levar sal.

Alecsandro e Elton – quem viver verá – chutarão como Vavá, gingarão como Ademir Menezes, explodirão feito Dinamite, descobrirão a quina da pequena área tal qual Romário e terão a estrela de Sorato.

E Felipe e Juninho? Bastará que sejam Felipe e Juninho.

E assim será. Por 19 rodadas. Por três mágicos meses. Um por todos e todos por Ricardo Gomes.

E, então, no dia 4 de dezembro, meus amigos, acontecerá a grande catarse, o inexplicável, o sobre-humano. A cidade será tomada por uma ofegante epidemia. O Vasco conquistará o título em cima de seu maior rival, em um jogo para sempre. E Ricardo Gomes – o garoto das peladas no Portão 18 do Maracanã, o zagueiro de fraque e cartola, uma das melhores índoles que já passaram pelo futebol brasileiro, o treinador que pegou um time destroçado, juntou seus cacos e deu ao torcedor vascaíno habeas corpus para o grito encarcerado na garganta há oito anos – enxugará suas lágrimas nas mangas da camisa preta, receberá o mais longo, envolvente e inesquecível abraço de Carol e Diego e, por alguns instantes, mergulhará em um profundo e aconchegante silêncio, que só será quebrado pela voz de seu capitão: “S’il vous plâit, monsieur”.

Fonte: JB Online