sábado, 7 de maio de 2011

Estudo mostra que padrões de sono inadequados afetam funções cognitivas na meia idade

Dormir demais ou de menos está associado a deterioração da cognição, revela estudo realizado em Londres com mais de 5400 pessoas, com idade entre 45 e 69 anos. Os cientistas descobriram que houve uma queda significativa das funções cerebrais nos participantes que tiveram, num período de cinco anos, diminuição da quantidade de horas dormidas por noite. Quem adquiriu o hábito de dormir muito mais de oito horas por noite também não apresentou bons resultados. Os testes utilizados incluíam medições de mémoria, vocabulário e raciocínio, além de exame das condições mentais, formatado para diagnosticar os primeiros sinais de demência.

- O principal resultado do nosso estudo é que mudanças adversas na duração do sono parecem estar associadas a uma função cognitiva mais pobre na meia idade - disse Jane Ferrie, do Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública do Colégio Médico da Universidade de Londres, que coordenou a pesquisa. Os resultados foram publicados na edição do último domingo do jornal "Sleep" e reportados pelo "Guardian".

Os participantes foram questionados sobre seus hábitos de sono entre 1997 e 1999, para estabelecer uma base de números e, depois, entre 2002 e 2004, tiveram os dados coletados novamente. Mulheres que dormiam por cerca de sete horas por noite e homens que tinham de seis a oito horas de sono por noite apresentaram os melhores resultados. Dormir muito menos que seis horas ou muito mais de oito são hábitos associados a baixos resultados.

Os pesquisadores avaliaram como os padrões de sono das pessoas tinham mudado. No momento da segunda entrevista, entre 2002 e 2004, 7,4% das mulheres e 8,6% dos homens disseram que aumentaram a quantidade de horas dormidas. Quando comparados com as pessoas cujos padrões não haviam mudado desde o primeiro questionário, os que passaram a dormir mais tiveram pontuação baixa em cinco de seis testes de funções cognitivas. Apenas a função da memória não foi alterada.

Em 25% das mulheres e 18% dos homens, a quantidade de sono diminuiu significativamente. Essas pessoas tiveram baixa pontuação em raciocínio, vocabulário e testes cognitivos globais. Os resultados integram um estudo ainda maior, que acompanha mais de 10 mil funcionários públicos britânicos para investigar como a saúde é afetada pelas condições sociais.

Uma boa qualidade de sono é importante para proporcionar bom desempenho e bem-estar, afirmam os pesquisadores. Padrões de sono ruins estão relacionados a deterioração numa variada gama de fatores de saúde mental e física. Dormir demais também está associado a mortes prematuras.

- Os efeitos de dormir demais, pouco ou mal em variados aspectos da saúde começaram a receber mais atenção - afirmou a coordenadora da pesquisa.

Fonte: O Globo

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